As aventuras de Moliere

ensinando a gente sempre aprende. ao passar essse filme para meus alunos, quem diria, algumas fichas caíram.

o grande mestre da comédia popular fazia rir com o que o fazia chorar. talvez um dia eu escreva um stand-up sobre como (não) se comunicar com homens. de repente eu só tenho que rir de tudo o que está acontecendo, de repente eu tenho que aceitar que sou muito engraçada, principalmente quando estou irritada ou triste.


e tenho que me lembrar disso amanhã, quando vc me disser que não vai vir. e tenho que vestir a tal da camisa canarinho e fingir que estou achando graça mesmo sem entender, mesmo com o coração mais chutado que a tal da jabulani. porque já sei que não adianta falar. eu estou sofrendo, vc está de saco cheio, vc fica cansado e eu desconcentrada e assim nada vai pra frente. talvez seja o caso de recuperar um pouco (só um pouco) da ruiva durona que saía pra dançar e beijar todas as noites. talvez seja o caso de ser mais racional, mais estrategista. afinal de contas, mulherzinha eu já virei mesmo; pq não perder de vez a dignidade?

isso ate o dia em que um de nos dois decidir que "agora chega". é sempre assim.

e eu não aprendo...não aprendo que nasci pra dançar a noite toda e andar de bike no dia seguinte. que nasci pra viajar sozinha e morar sozinha. que alguns, como meus pais, nesse mundo são dois. outros, como eu, são um só.

porque eu sempre daria um jeito. ainda mais se as coisas estivessem por um fio como estão. eu daria um jeito de ir. e não consigo convencer o duende de que vc pode ser diferente. a culpa é dele, não minha...


estou cansada, muito cansada. e vazia. acho que não quero mais nada.

olho minha foto aos "gloriosos 15 anos". costumo dizer que não mudei nada desde aquela época, mas é mentira. mudei completamente na essencia: aquela menina acreditava no futuro. acreditava que tudo sempre caminhava pra dar certo. acreditava que era capaz de tudo, e que o mundo seria generoso com ela.

a balzaquiana simplesmente sabe que isso não é verdade. que em 90% das vezes as coisas dão errado. a ela, resta achar graçam e fazer os outrso rirem de suas (des) graças.

então, é isso. amanha vc não vai vir, eu vou dizer que entendo, vou me sentir uma merda, vou ao cinema e depois me lembrar que afinal de contas isso não é tão ruim. que sempre existirão as bikes.




estou com sono. vou dormir.