quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Atenção: essa é uma obra de ficção. qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais é mera coincidencia!

Do diário de alguém...

"Impressionante como a vida da gente muda em poucos instantes. eu que achava que já estava velha demais pra isso...bastaram uns cabelos ruivinhos, uns olhos azuis-escuros, alguns sorrisos de órfão desamparado e pronto, estou de volta aos 15 anos de idade, com vontade de escrever um nome que não é o meu em todos os lugares, pensando o dia inteiro na mesma coisa, como um leitmotiv involuntário. assim não dá, 30 anos e ainda se apaixonando como uma vaca sentimental??!!

mas não foi minha culpa, o problema caiu no meu colo. parece que estou ouvindo a minha mãe, "mas quando é que você vai crescer??!!" nunca, maezinha, nunca, eu ouvi Ramones demais na minha eterna adolescencia, e por isso hoje I don't wanna grow up.

Vontade de contar pra todo mundo, de "mandar flores ao delegado, de beijar o portugês da padaria"...e daí que eu tenho marido e filhos? o que eles tem a ver com isso?? uma respeitável mãe de família não pode simplesmente sorrir sem motivo, querer se sentir mais bonita, pensar o dia inteiro em uma abstração perigosamente real?... "não minta pra si mesma", digo, "o que vc viu no espelho daquele motel não tinha nada de abstração. admita logo que vc é uma cachorra"!!!

putz. que melodramático.

mas o problema não é o que aconteceu no motel, é o que acontece aqui dentro. o problema não é ele, não é o meu marido, não sao os meus filhos. não é o fato de eu ter inventado essa paixão pra fugir dos meus problemas reais e insolúveis: falta de dinheiro, uma carreira que não vai pra frente apesar de todos os esforços e de toda a confiança que minha mãe tinha em mim, o medo sempre à espreita, "voce vai morrer jovem e sem ter realizado nada do que gostaria".

o problema sou eu. sempre sou eu."

PS: queridos 5 leitores, só um aviso: sim, de vez em quando eu resolvo pagar de ficcionista e dar corpo ás vozes que falam na minha imaginação. sei que o nome cientifico disso é "esquizofrenia", mas, enfim, aqui é o meu conjugado. bem, sintam-se em casa: sei que sou uma "ficcionista" atroz, então podem malhar á vontade, abrir a geladeira, usar o telefone sem pedir and stuff.

hugs and kisses.

Um comentário:

~ disse...

"looking for things I had 5 minutes ago" <-- historia da minha vida. e ainda com uns pontos de figado de prometeuness: toda vez que eu acho a caneta, o papel some; toda vez que encontro o papel, perco a caneta etc.